Segurança infantojuvenil
Segurança infantojuvenil
Paiva Netto
Abuso e exploração sexual infantojuvenil. Assuntos que não podem ser ignorados. Problemas de magnitude global que exigem alerta constante de todos nós, principalmente dos pais e dos governos. Nada melhor que buscarmos caminhos eficientes em prol da assistência aos pequeninos.
Juntamos nossos esforços aos de numerosas organizações do Terceiro Setor e aos de órgãos oficiais no combate a essa terrível violência.
A Boa Vontade TV (Oi TV — Canal 212 — e Net Brasil/Claro TV — Canais 196 e 696), no programa Sociedade Solidária, trouxe elucidativa entrevista com a professora Dalka Chaves de Almeida Ferrari, coordenadora-geral do Centro de Referência às Vítimas de Violência (CNRVV), do Instituto Sedes Sapientiae, de São Paulo/SP:
— Quebrar o pacto do silêncio, conseguir falar desse assunto, porque ainda é muito velado, é meio tabu dentro da sociedade. Se a gente tiver jovens esclarecidos, conscientizados, sensibilizados sobre os cuidados que têm que ter com o próprio corpo, os limites que são dados, eles se sentirão bem e não deixarão que esse corpo seja invadido. Então, é quase que uma reeducação do autoconhecimento. A pessoa tem que se conhecer, saber exatamente o que ela quer para sua vida, os riscos que pode correr com os envolvimentos. (…) Isso tudo é algo que precisa ser discutido, porque, se a gente não conscientizar, desde a criança, o adolescente, o jovem até os pais, os educadores, que cuidam dessa criança e desse adolescente todo dia, a gente não vai fazer esse problema vir à tona. As pessoas têm vergonha de falar, não querem enfrentá-lo. E, à medida que o jovem ficar autônomo, sabendo como se defender, ele poderá ajudar outro jovem, poderá ser um multiplicador desses conhecimentos. Então, o objetivo maior de tudo isso é fazer com que eles conheçam (…) quais são as situações perigosas em que podem se envolver, ou em que precisam se defender dentro e fora da família. Porque é assim: a proteção dos pais existe por um tempo, mas há uma hora que vai depender da criança e do jovem fugirem, saírem ou pedirem ajuda por causa do risco que estão enfrentando.
Como ser humano, considero prioritária a lei que torna hediondo o crime de exploração sexual de crianças, adolescentes ou pessoas vulneráveis, sancionada pelo governo brasileiro, em 21 de maio de 2014.
Trata-se de grande conquista em prol da integridade da criatura humana desde a infância. A lei está aí. Compete seja respeitada sempre.
Pais, avós, parentes, professores, autoridades, enfim, todos os cidadãos, contam com uma forte ferramenta para proteger as crianças, os jovens ou qualquer um que esteja em situação de risco. Quando Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, nos ensinou, no Pai-Nosso, a suplicar a Deus que “nos livrasse do mal” (Evangelho, segundo Mateus, 6:13), Ele não recomendou que aguardássemos de braços cruzados os fatos. O pragmático Evangelho de Jesus é uma Academia que forma, em primeiro lugar, guardiães da ordem civilizada.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com