Aumento das passagens: dá pra culpar muita gente, menos Cícero…
A partir deste sábado (26) a tarifa de ônibus na Capital passou a ser R$ 4,40. Um reajuste de R$ 0,25 em relação ao valor anterior.
Há 25 meses o valor das passagens de ônibus em João Pessoa estava congelado, enquanto isso tivemos aumentos sucessivos dos combustíveis, salários e sem falar na pandemia que obrigou empresários a guardarem os veículos por um longo período, transportando apenas trabalhadores de serviços essenciais. Isso quer dizer que os empresários são vítimas? Longe disso!
É fato que se a classe empresarial entendesse seu papel neste debate e se colocasse como parte da solução e não apenas como um “parasita”, seria muito mais fácil para o serviço público debater recomposições inflacionárias, mas quando deixa de fazer sua parte as empresas só contribuem para que prefeitos busquem outras alternativas de transporte público.
Quanto a decisão do conselho de mobilidade, sinceramente era impossível fazer outra coisa. Em apenas um ano inflação foi superior a 10%, o óleo Diesel subiu 48%, há uma queda no número de passageiros calculada em cerca de 40% por diversas razões. Neste sentido o reajuste de 6% saiu até barato…
Também não dá pra negar que o Executivo municipal fez sua parte e fez as empresas se comprometerem a aumentarem o número de linhas, ampliar a frota, reduzir a idade dos veículos e melhorar o fluxo no fim de semana e de noite. E o ar condicionado e o wifi? O poder público segue cobrando das empresas a melhoria dos serviços, inclusive com estes ítens, mas os empresários seguem irredutíveis.
Nunca é demais lembrar que com a renúncia de 50% do ISS, João Pessoa contribui por mês com cerca R$ 300 mil de contrapartida com o transporte público (medida adotada em maio de 2021). Em Campina Grande que tem uma frota bem menor a ação do Executivo conseguiu até simular uma redução da tarifa, mas não existe almoço grátis. Em algum momento a conta vai chegar. Em João Pessoa, por sinal, a manobra seria impossível, pois teria um custo superior a R$ 1,5 milhões/mês.
Resumindo, ninguém gosta dos aumentos, mas há ocasiões em que é impossível não concedê-los, inclusive sob ameaça constante de greve, mas isso é outra história…