Joana d’Arc ucraniana: empresária abandona loja de joias para lutar na guerra como sniper
Emerald Evgeniya voltou a vestir a farda após 12 anos para combater os russos e é a única mulher entre cem homens da tropa das forças especiais
Antes da invasão russa da Ucrânia, Emerald Evgeniya levava uma vida tranquila com sua filha em Kiev, onde administrava a própria loja de joias. Há 12 anos, ela decidiu deixar para trás a formação militar para se tornar uma “mulher de negócios”, como gosta de dizer.
“Assim que a guerra começou, larguei minha carreira e voltei para o Exército. Agora trabalho na inteligência das Forças Especiais e sirvo como franco-atiradora (sniper). Sou a única mulher entre cem soldados”, conta.
Um franco-atirador ou sniper tem uma grande responsabilidade em campo de batalha e passa por um intenso treinamento para chegar a esse posto. O armamento utilizado tem como principal característica uma mira que permite acertar alvos que estão muito distantes. Atingir um inimigo com um risco menor de ser contra-atacado é uma das vantagens.
“Eu luto porque é o meu dever e acredito no grande futuro da Ucrânia, sinto que tenho me preparado para essa situação por toda a minha vida. Além disso, eu recebo apoio, as pessoas me chamam de Joana d’Arc ucraniana.”
Emerald está entre os milhares de soldados que tentam proteger a Ucrânia diante da superioridade militar da Rússia. A população ucraniana ajuda como pode e recorre até a armas medievais para conter os tanques inimigos. Os caltrops (estrepes em português) são feitos com pontas de ferro afiadas e estão espalhados nos arredores de Kiev.
Homens e mulheres com pouca ou nenhuma experiência se voluntariam para receber treinamentos e equipamentos para enfrentar os russos. Atualmente, quem quer servir deve ter entre 18 e 60 anos e possuir passaporte ucraniano.