A Casa da Vovozinha e o Lanche da Tarde

Eu já estava pensando em encerrar meus escritos sobre o Nosso Amor. Mas, Deus tem me falado de forma tão audível nesses dias, que não posso deixar de partilhar.
Despertei com a incumbência, que dei a mim mesma, de mexer nas pastas pessoais e gavetas de meu marido, a fim de procurar seus contratos agrícolas e, a partir de então, cair na luta da vida real.
Encontrei um talão de cheques, junto a R$1.O25 em espécie, misturados com alguns papéis. Fato raro aparecer dinheiro nas coisas do meu marido, que, a exemplo do cuidado que tinha no trato da coisa pública, era cauteloso e seguro com suas finanças pessoais. Não me recordo de sua participação econômica nos preparativos festivos de nenhuma comemoração em nossa casa. Mas, por outro lado, ninguém conseguia igualar a contribuição imaterial inerente à sua presença. Quando descia as escadas, o perfume Eau du Soir já anunciava sua chegada, e toda e qualquer reunião tinha um outro astral. Ele tinha um carisma incrível. Fico imaginando sua entrada no céu, que clima de alegria reluzente, na chegada ao ambiente em que todos são carismáticos.
Resolvi, não sei porque, mandar deixar, R$1.000 (do dinheiro que encontrei), na Casa da Vovozinha, instituição beneficente de João Pessoa, e fiquei com os R$25 restantes para o pão e o bolo do lanche da tarde. Às vezes, não temos um tostão na bolsa!
Creiam -me: os irmãos, da Casa da Vovozinha, estavam em preces, para que surgisse uma doação, a lhes possibilitar a compra de cadeiras. Precisavam exatamente da quantia que receberam.
Concomitantemente, vem Verônica Luna, minha amiga dos bons tempos da Lourdinas, e me manda a seguinte mensagem:

“Você tem recebido muita força e inspiração do plano superior para atravessar esse deserto de forma tão sublime e digna.
Em seus textos, tecidos não de palavras, mas de sentimentos, você se desnuda, faz confidências, oferece generosidade, partilha o seu amor com as demais pessoas, que, embora o conhecessem e o admirassem, não tiveram do privilégio da estreita convivência e afeto que só a você foram destinados.”

Minha amiga é pessoa muito espiritualizada. Especial. Creio que suas energias chegaram até o céu e Nosso Amor me levou a fazer tão singela e oportuna doação.
Também encontrei, nas suas gavetas, misturados aos pertences já mencionados, vários bilhetinhos que eu colocava nos bolsos dos seus paletós. Dentre todos, um só vou confessar: “meu amor, como você pode ser tão lindo?”

E lembro do dia, em que comentando sobre esse bilhetinho, ele deu uma boa gargalhada! Só isso!… Porque ele nunca deixou de acreditar em mim.

 

Por Fátima Maranhão

Fátima Maranhão

Maria de Fátima Moraes Bezerra Cavalcanti nasceu em João Pessoa, ingressou na magistratura em 1984. Chegou ao cargo de desembargadora em 2002, sendo a primeira mulher a integrar e presidir a Corte do Tribunal de Justiça da Paraíba. Integrante da Academia Paraibana de Letras e da Academia de Mulheres da Carreira Jurídica. Foi Primeira dama do Estado da Paraíba.

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