Medalhas e homenagens à José Targino Maranhão
Um cidadão me enviou mensagem, fazendo o seguinte comentário a respeito das crônicas que tenho escrito: “depois que morre, todo mundo é bom”.
E não é que ele tem uma certa razão? Depois que uma pessoa parte desta vida, os que ficam costumam exaltar suas virtudes, ressaltando apenas o lado bom que há em cada ser humano. Apesar de eu considerar ser este um hábito benéfico em qualquer situação, compreendo importante destacar que existem uns que são bem lembrados mais por boa vontade dos que vociferam; e outros que constroem uma história realmente digna dos elogios póstumos… os que fazem da sua passagem terrena uma experiência superior à esfera da sua identidade individual, deixando, por isso, marcas positivas indeléveis na vida do próximo. Falo de pessoas nascidas com uma energia própria diferenciada, que, extremamente humanos, vivem no meio de nós, porém, em todas as suas atitudes, exprimem uma centelha Divina.
No meu marido, havia esse algo mais, que transcendia sua existência individualizada. Mesmo nos desentendimentos, nas repreensões, nos aborrecimentos… era diferente. Três filhos e dois netos eram seu maior patrimônio. São todos unidos e amorosos. Em torno dele, esquecíamos o mundo e parávamos para ouvir seus conselhos e ensinamentos.
É em reconhecimento a toda essa importância que sua presença representava, tanto para nós familiares, quanto para outros tantos que têm enaltecido suas realizações em vida, que continuaremos a lembrar o seu legado, até porque, como já tive a oportunidade de explicar outro dia, a divulgação dos bons exemplos pode também inspirar, em quem passa a conhecê-los, o exercício de boas práticas.
Como que numa confirmação a essas reflexões em mim desencadeadas quando da leitura da mensagem que citei acima, recebi, simultaneamente, um comunicado de Iraê Lucena, dando conta da propositura de duas medalhas, uma no Senado – de iniciativa da Senadora Daniella Ribeiro – e outra na Assembleia Legislativa – de autoria do Deputado Raniery Paulino, ambas com o nome de José Maranhão, em reconhecimento aos serviços por ele prestados em prol da sociedade.
Iraê que, conviveu com Maranhão e sempre se disse admiradora do seu caráter, encaminhou-me os textos abaixo transcritos, nos quais são explicadas as origens e objetivos das aludidas propostas de condecoração:
Medalha do Senado:
“Aguarda análise no Senado um projeto de resolução que institui a Medalha Senador José Maranhão, destinada a agraciar pessoas físicas ou jurídicas que se destacaram no combate à pandemia da covid-19. A proposta (PRS 14/2021) foi apresentada pela Senadora Daniella Ribeiro (PP-PB). […]
Na justificativa do projeto, Daniella Ribeiro explica que a proposta busca condecorar os profissionais que se destacam na linha de frente do combate ao coronavírus. Além disso, a senadora também quer homenagear o senador José Maranhão, que estava na vida política há quase 70 anos, era o senador mais idoso da legislação atual, e faleceu em decorrência de complicações da covid-19, aos 87 anos. […].”
Medalha da Assembleia Legislativa:
Raniery Paulino: “O nosso saudoso Senador José Maranhão foi um cidadão com conhecimento pleno daquilo que era de sua competência e obrigação como pessoa pública, por isso, através de um Projeto de resolução, pretendo criar a Medalha José Maranhão e usar sua trajetória para homenagear personalidades públicas ou privadas que se destacarem no efetivo cuidado com a “coisa pública”, no cumprimento do aparato do sistema legal brasileiro e na promoção do desenvolvimento da paraíba.”
Enfim, menciono a ligação que recebi de Hervázio Bezerra, informando sobre a propositura de uma homenagem a Maranhão no Centro de Recuperação de Covid, que o prefeito Cícero Lucena está construindo, o que igualmente reforça a importância de quem sempre trabalhou em favor da população.
E, voltando-me ao cidadão, que me mandou a mensagem com a qual comecei este texto, gostaria de dizer que compreendo a crítica, afinal não conheceu pessoalmente Maranhão… e isso me faz lamentar ainda mais o fato de o Nosso amor não estar aqui conosco, pois bastaria dois dedos de prosa entre ambos, para aquele perceber que existem, na Terra, homens bons o suficiente para deixar uma lacuna impreenchível quando morrem.